segunda-feira, 21 de junho de 2010

Para refletir


Passando férias na casa dos meus pais numa cidadezinha do interior da Bahia vivenciei algo que parece comum nas cidades grandes e em todo mundo, um assassinato. Para uma cidade de 31.133 habitantes um morador desta é o protagonista desta triste realidade.

Nos noticiários descreve-se:

Taxista é assassinado com requinte de crueldade em Camacan

Duas pessoas foram presas na tarde desta segunda-feira, 21, e confessaram o assassinato do taxista E. P. Silva, 52 anos. O corpo da vítima foi encontrado nesta manhã às margens da BA 002, no km 11, trecho entre Camacan e o distrito de Jacareci, numa área da Fazenda Vila Vitória.

Segundo a polícia, o taxista foi morto com requinte de crueldade, com vários golpes de faca no tórax, costas, braços e pernas. O delegado Jackson Silva não divulgou os nomes dos presos e disse que as diligências continuam, porque há informações de que mais pessoas estão envolvidas no crime.

A hipótese inicial é que tenha sido vingança. O delegado suspeita que os assassinos sejam os três passageiros que o taxista levava para passar as festas juninas em Jacareci. A polícia ainda investiga informações sobre a possibilidade de o taxista também ter atuado como agiota.

Grande, como era conhecido, conduzia um Fiat Siena, cor vermelha, quando foi atacado. Após matar o taxista, os criminosos abandonaram o corpo em um matagal. O Siena foi jogado numa ribanceira e será levado para perícia, em Itabuna, sul do Estado. A polícia suspeita que a vítima foi morta e teve o corpo jogado em local de difícil acesso, nas imediações da fazenda.

Taxista há mais de 20 anos, E. Silva era uma pessoa bem relacionada e, aparentemente, não teria inimigos. Sua morte levou muitos taxistas à porta da delegacia, na tarde desta segunda, quando souberam da prisão de dois dos assassinos. Para evitar linchamento, no entanto, a polícia levou os dois presos para a Companhia de Polícia Militar.

Fonte: www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=4293325

O que me chama atenção não é o fato do assassinato, do homem ser “aparentemente” bom e amigo de quase toda a cidade, mas o que me leva a escrever esse post é o retrato do ser humano a cada dia que passa.

Espanta-me a crueldade e a frieza em não olhar o outro, não perceber a vida das pessoas que fazem parte de um ciclo familiar, que há muitos que dependem dele ou o amam. A cegueira pelo dinheiro ou pela sede de vingança avança pela mente de homens e mulheres que planejam ou não suprimir a vida de alguém.

Parece-me que estamos perdendo a noção de tudo... Da vida e da morte, verdade e mentira, estamos perdendo a grande arte da conversa, do entendimento, do ouvir e dar a oportunidade ao outro se explicar.

Sempre afirmei que acredito no ser humano, na possibilidade de mudanças e me pergunto hoje, será que essa realidade está lúcida dentro de mim? A resposta é: se eu não lutar para crer nas novas oportunidades de mudar as nossas atitudes, deixo de crer que se possa viver nesse mundo e ser feliz.

Recorro em muitos aspectos a psicologia ou melhor rsrsr a Freud que diz: "PERSONALIDADE É A ORGANIZAÇÃO DINÂMICA DOS TRAÇOS NO INTERIOR DO "EU", FORMADOS A PARTIR DOS GENES PARTICULARES QUE HERDAMOS, DAS EXISTÊNCIAS SINGULARES QUE SUPORTAMOS E DAS PERCEPÇÕES INDIVIDUAIS QUE TEMOS DO MUNDO, CAPAZES DE TORNAR CADA INDIVÍDUO ÚNICO EM SUA MANEIRA DE SER E DE DESEMPENHAR O SEU PAPEL SOCIAL."

Ou seja, uniformizar o mundo e a humanidade,achando que todos são iguais e nunca mudaram, que todo homem age do mesmo jeito e toda mulher é tão igual que só muda de endereço é o nosso grande erro, a espaçada que nos fecha as portas de fazer a diferença na vida do outro,de agir com coerência e caridade.

Todos são passíveis a erros,mas punir ou melhor corrigir é antes de tudo uma ato de extrema consciência,reponsabilidade e ponderação.

Um assassino precisa sim ser penitenciado, porem cada julgamento,cada ação contra o meliante precisar andar de braços dados com a justiça e a sabedria.

Que possamos nos rever, falar menos e observar mais cada pessoa, cada circunstância e aprender a agir no momento certo, da forma correta para podermos tornarmos o mundo melhor.

Meditemos...

Carinho,Bárbara C.

Um comentário:

  1. Amor, este seu texto me faz refletir no dinamismo que deve ter nossos posicionamentos, como seres humanos que somos. Você sempre acreditou no ser humano e na sua capacidade de trabalhar para o bem, de ser Cristo na vida dos outros.
    Entretanto, esta sua crença precisa avançar, a medida que a sociedade avança ou se retrai. É importante remodelar nossas concepções de mundo a medida que nos deparamos com as novas tendências deste. Muito interessante o seu texto!

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